A 21 e 22 de Março de 2015...
"Benvindos à Nova Idanha!" Entre as formalidades de abertura do Fórum, ficaram-me gravadas estas palavras proferidas pelo senhor presidente da C.M. De facto, ele demonstra acreditar que o futuro daquela terra passa pela inovação na educação.
Uma terra que está a ser pioneira em Portugal por marcar a sua posição e rejeitar o fecho de uma escola por parte do Ministério da Educação. Se tiverem curiosidade podem pesquisar pela Escola de Monsanto e perceberem porque é que, actualmente, as crianças adoram frequentar aquela escola.
É com muita fé e, com base em muitos factos que sinto que, vamos começar a assistir ao crescente uso da autonomia por parte das escolas públicas. É um imperativo. No entanto, só é possível se cada um de nós, pais, professores, alunos e cidadãos assumir uma postura crítica e intervencionista no sentido de uma actualização/ renovação e inovação a vários níveis face à instituição escola.
O Fórum decorreu com uma conserva em círculo com o professor José Pacheco. Uma conversa que agita as mentes, carregada de controvérsia para alguns e que "encaixa" tão bem para outros.
Eu creio que quem escuta este belíssimo pensador-orador-fazedor jamais sairá ileso mentalmente. Ileso no sentido de desfragmentar e ficar preparado para o upload. Assim aconteceu comigo. Recordo a primeira vez que o escutei no YouTube. Um deslumbramento, uma admiração por tão grande coragem. E, desde esse dia senti que tinha que abraçar este Senhor. E assim foi. A simplicidade do seu ser acolhe estranhas (como eu) que, sem se apresentarem, o abraçam num profundo reconhecimento e gratidão.
(Bom, continuando no Fórum) Da parte da tarde estive presente no workshop "Mindfulness e Comunicação não violenta". A comunicação não violenta promove a conexão comigo e com o outro. Falar a partir do que sinto, sem rotular, caracterizar, categorizar ou julgar o comportamento do outro. No fundo, é comunicar a partir do meu centro em presença plena no momento. Estou de acordo com o Allan, trata-se de um processo de desenvolvimento pessoal muito amplo e poderoso. Este workshop veio desfragmentar mais um pedaço de mim. Levei com cada abanão nestes dois dias. É assim o processo, abanar-desfragmentar-reconstruir-solidificar. E permito-me dizer-vos que, enquanto mãe, fico satisfeita pelo facto de existirem paralelamente actividades (construtivas) com crianças. Foi a cereja no topo do bolo. Previlegio ações em que possa levar o meu filho. Em que ela tenha a possibilidade de interromper o workshop para dizer, com olhos esbugalhados " mãe, o carro está a apitar ". Afinal, foi ele que no meio da brincadeira se foi esconder junto do carro e acionou o alarme. E terminava o primeiro dia.
No dia seguinte foi a vez de escutarmos as crianças em círculo. (Dêem-me isto todos os dias e alimentam-me). Conseguem sempre surpreender-me com tamanha sabedoria e genuinidade. Agora que escrevo, sinto que é tão ingrato escutar-se tão poucas vezes as crianças. Assim, no dia-a-dia do desenrolar da vida. Não devia ser permitido aceitar que, na generalidade da sociedade, as crianças sejam tidas como seres menores aos olhos dos adultos. Que sejam submissas porque nós adultos é que somos os detentores da verdade. Que falácia crassa. É um tratamento desigual e pouco humanizado, parece-me.
Voltando às crianças em círculo, falaram da escola, da não escola, da escola dos seus sonhos. Sonharam uma escola com muitas árvores, sem professores. E, no final, os adultos da plateia foram convidados pela Teresa Mendes (Rede Educação Viva e Florescer) a fechar os olhos. E, a sonhar a escola. Que momento belo e intenso se gerou nesta corrente. Foram momentos como este, em que se sente a sintonia do grupo, que encheram o meu coração e que podem transmitir para vós o ambiente que se viveu neste encontro. Assim desejo.
Estar na presença do professor Pacheco por um dia é estonteante, agora imaginem dois! Neste segundo dia, fomos surpreendidos pelo próprio quando nos desafiou a concretizar uma dinâmica em grupo. Uma dinâmica em que, cerca de 160 pessoas (corrijam-me neste número) interagiram segundo alguns critérios por ele lançados. Após isto, o desafio foi chegar a um consenso acerca dos pedidos anteriores, que foram: 1- o que me trouxe até este Fórum, 2 - com que obstáculos já me deparei e quais os que prevejo vir a enfrentar neste processo de inovar na educação, 3 - como agir a partir de agora.
Parece pouco consensual como é que tantas pessoas alcançam um consenso relativamente a questões tão pessoais. De facto, concluímos que há uma base uniforme que está por detrás de cada uma delas. Os resultados desta dinâmica podem ser consultados no site da Rede Educação Viva que, tão amavelmente organizou este evento. Grata!
No meio de tantas emoções, confesso que fiquei um pouquinho inquieta por não poder assistir a todas as palestras/workshops, uma vez que algumas decorreram em simultâneo. (É a abundância). Entre a razão e o coração, consegui um equilíbrio que me conduziu à "Parentalidade que Cura", com o Jason e a Paula. Mais um abanão! Um toque naquela feridinha que está a ser curada. Sem menos esperar, bastou estar de coração aberto. Grata!
Gravei e recordo os abraços finais, os olhares de esperança, de cumplicidade de que, cada um no seu caminho e na sua terra, se une ao todo. Que todos os que ali estivemos presentes deixaram Idanha-a-Nova completamente a transbordar de União e Amor. Grata a ti, a mim, ao Universo. Rute Acúrcio
"Benvindos à Nova Idanha!" Entre as formalidades de abertura do Fórum, ficaram-me gravadas estas palavras proferidas pelo senhor presidente da C.M. De facto, ele demonstra acreditar que o futuro daquela terra passa pela inovação na educação.
Uma terra que está a ser pioneira em Portugal por marcar a sua posição e rejeitar o fecho de uma escola por parte do Ministério da Educação. Se tiverem curiosidade podem pesquisar pela Escola de Monsanto e perceberem porque é que, actualmente, as crianças adoram frequentar aquela escola.
É com muita fé e, com base em muitos factos que sinto que, vamos começar a assistir ao crescente uso da autonomia por parte das escolas públicas. É um imperativo. No entanto, só é possível se cada um de nós, pais, professores, alunos e cidadãos assumir uma postura crítica e intervencionista no sentido de uma actualização/ renovação e inovação a vários níveis face à instituição escola.
O Fórum decorreu com uma conserva em círculo com o professor José Pacheco. Uma conversa que agita as mentes, carregada de controvérsia para alguns e que "encaixa" tão bem para outros.
Eu creio que quem escuta este belíssimo pensador-orador-fazedor jamais sairá ileso mentalmente. Ileso no sentido de desfragmentar e ficar preparado para o upload. Assim aconteceu comigo. Recordo a primeira vez que o escutei no YouTube. Um deslumbramento, uma admiração por tão grande coragem. E, desde esse dia senti que tinha que abraçar este Senhor. E assim foi. A simplicidade do seu ser acolhe estranhas (como eu) que, sem se apresentarem, o abraçam num profundo reconhecimento e gratidão.
(Bom, continuando no Fórum) Da parte da tarde estive presente no workshop "Mindfulness e Comunicação não violenta". A comunicação não violenta promove a conexão comigo e com o outro. Falar a partir do que sinto, sem rotular, caracterizar, categorizar ou julgar o comportamento do outro. No fundo, é comunicar a partir do meu centro em presença plena no momento. Estou de acordo com o Allan, trata-se de um processo de desenvolvimento pessoal muito amplo e poderoso. Este workshop veio desfragmentar mais um pedaço de mim. Levei com cada abanão nestes dois dias. É assim o processo, abanar-desfragmentar-reconstruir-solidificar. E permito-me dizer-vos que, enquanto mãe, fico satisfeita pelo facto de existirem paralelamente actividades (construtivas) com crianças. Foi a cereja no topo do bolo. Previlegio ações em que possa levar o meu filho. Em que ela tenha a possibilidade de interromper o workshop para dizer, com olhos esbugalhados " mãe, o carro está a apitar ". Afinal, foi ele que no meio da brincadeira se foi esconder junto do carro e acionou o alarme. E terminava o primeiro dia.
No dia seguinte foi a vez de escutarmos as crianças em círculo. (Dêem-me isto todos os dias e alimentam-me). Conseguem sempre surpreender-me com tamanha sabedoria e genuinidade. Agora que escrevo, sinto que é tão ingrato escutar-se tão poucas vezes as crianças. Assim, no dia-a-dia do desenrolar da vida. Não devia ser permitido aceitar que, na generalidade da sociedade, as crianças sejam tidas como seres menores aos olhos dos adultos. Que sejam submissas porque nós adultos é que somos os detentores da verdade. Que falácia crassa. É um tratamento desigual e pouco humanizado, parece-me.
Voltando às crianças em círculo, falaram da escola, da não escola, da escola dos seus sonhos. Sonharam uma escola com muitas árvores, sem professores. E, no final, os adultos da plateia foram convidados pela Teresa Mendes (Rede Educação Viva e Florescer) a fechar os olhos. E, a sonhar a escola. Que momento belo e intenso se gerou nesta corrente. Foram momentos como este, em que se sente a sintonia do grupo, que encheram o meu coração e que podem transmitir para vós o ambiente que se viveu neste encontro. Assim desejo.
Estar na presença do professor Pacheco por um dia é estonteante, agora imaginem dois! Neste segundo dia, fomos surpreendidos pelo próprio quando nos desafiou a concretizar uma dinâmica em grupo. Uma dinâmica em que, cerca de 160 pessoas (corrijam-me neste número) interagiram segundo alguns critérios por ele lançados. Após isto, o desafio foi chegar a um consenso acerca dos pedidos anteriores, que foram: 1- o que me trouxe até este Fórum, 2 - com que obstáculos já me deparei e quais os que prevejo vir a enfrentar neste processo de inovar na educação, 3 - como agir a partir de agora.
Parece pouco consensual como é que tantas pessoas alcançam um consenso relativamente a questões tão pessoais. De facto, concluímos que há uma base uniforme que está por detrás de cada uma delas. Os resultados desta dinâmica podem ser consultados no site da Rede Educação Viva que, tão amavelmente organizou este evento. Grata!
No meio de tantas emoções, confesso que fiquei um pouquinho inquieta por não poder assistir a todas as palestras/workshops, uma vez que algumas decorreram em simultâneo. (É a abundância). Entre a razão e o coração, consegui um equilíbrio que me conduziu à "Parentalidade que Cura", com o Jason e a Paula. Mais um abanão! Um toque naquela feridinha que está a ser curada. Sem menos esperar, bastou estar de coração aberto. Grata!
Gravei e recordo os abraços finais, os olhares de esperança, de cumplicidade de que, cada um no seu caminho e na sua terra, se une ao todo. Que todos os que ali estivemos presentes deixaram Idanha-a-Nova completamente a transbordar de União e Amor. Grata a ti, a mim, ao Universo. Rute Acúrcio